Estou incólume neste
abismo, nada se esfacelou ou estropiou e a luz de um serafim está diafamando-se
em meus olhos. Estou oscilando para onde não posso chegar. Desconheço meu
abrigo, sequer sei como o alcancei. Lembro de resignar a certeza de estar em casa;
Esvaeci.
Saí ruando,
suscitando vida, justapondo o tangível... Saí célere e caí. Onde estou? É um
abismo, mas qual? A quem pertence? É pitoresco, mas me assusta.
Não quero voltar.
O assombro tênue e merencório
me traz forças e mantimentos para ficar. Quero este abismo incógnito e
inefável.
Não quero voltar.
Perdoe-me se eu
fechar os olhos e partir. Fique bem. É um abismo confortável que não me feriu.
É o abismo celeste que me resgatou da vida tumultuada. Perdoe quando eu fechar
os olhos.
Quero ficar, então,
adeus. Ao Deus, em Deus.
Flávia Andrade
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