Crer que acertava enquanto insistia no mesmo erro foi
o paradoxo que trouxe a decepção com meu próprio ser. Não tenho mais o pés no
chão para que possa fugir e muito menos asas para tentar voar. Não tenho mais
mentiras e máscaras para fingir, nem passos no caminho feito para saber voltar.
Não sei mais encontrar as palavras que possam me tirar esse peso que estou
carregando.
Eu
costumava pensar que na vida tudo tinha uma razão para ser e acontecer. Mas
agora, sinceramente, tanta coisa se passou e aconteceu... Estou confusa e sem
razão. Minhas memórias tentam encontrar respostas para toda essa angustia
guardada. Se não sei nem quem eu sou, como poderei entender o que faço e sinto?
Deus,
se ainda está aí, pode me dar um sentido? Sem lados, sem oposição. Enquanto eu amo tentando não morrer. Se continua aí, Deus, leve-me de
uma vez ou aniquile todo o horror dos meus passos desengonçados que não sabem para onde vão.
Quem sabia? A dúvida era uma boa aliada, mas se até mesmo ela se calou
por não encontrar nunca uma solução, como posso então, tentar seguir em frente?
Esquecer não é possível e "nada pode o olvido com o forte apelo do não". Desculpa
parafrasear qualquer rima de poeta, qualquer frase e dialeto. Eu estou enlouquecendo sem saber. Minhas
palavras? Fugiram. Até elas tiveram forças para andar, correr, ir embora.
Enquanto eu continuo no mesmo lugar desconhecido.
Flávia Andrade
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