julho 02, 2013

Destinados

   Qualquer hora dessas encontro você por aí, seja no bar da esquina ou na velha rua que andávamos. Quem sabe um dia a gente se tropeça e caio em você novamente, me derrubo no teu jogo e teu corpo. Te encontro por ali e a gente se resolve e se complica, como sempre seremos uma discrepância não questionada. Não fique esperando, não programe encontro, deixa acontecer. Não me cerque com esses olhos de quem sabe o que vê e o que quer enxergar, me olhe confuso e curioso. Deixa ser como será. Encontro você por aí, em uma sala de cinema ou no karaokê da Rua Brilhante. Pode ser na casa de show que você tocava. Quem sabe um dia a gente se empurra e se amarra e me prendo a você, às tuas palavras e cantadas baratas. Assim revivemos algum filme dos 80 e seremos só nós dois como o amor de Lisbela e o caminhoneiro. Vamos nos danar por estrada mundo afora, meio bêbados, meio loucos, como em uma música do Aerosmith ou John Mayer. Podemos pegar nosso caminho para o inferno ou ao céu, como bem decidir. Se eu te encontro, divide teu fone comigo, encaixa tua música na minha.
   Encontro você por aí, pois alma solta que tem destino traçado sempre se embola e se enrosca com quem foi feito para ser e pertencer a um só.

Flávia Andrade

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