julho 20, 2014

Há um vazio nessa folha que deseja se preencher, mas minhas mãos e vocabulário fogem. A metalinguagem é somente o que me resta. Quero escrever sobre o amor, mas ele me angustia. Esqueça, há algo mais profundo no fim de uma reticência...

Às vezes dói como o diabo pensar em tudo o que poderia ter acontecido, mas por outras vezes ter em mente os “e se...” é confortador. A verdade é que cada pormenor da vida tem dois lados, alguns são paradoxo, outros são somente paralelos. Contudo sempre estaremos entre o céu e o precipício, entre a escolha errante e a certeira decisiva. Nunca saberemos se foi acaso ou destino, se ambos existem ou é somente ilusão. E nesse exato segundo eu me pergunto se estou do lado certo, amando o correto e me dedicando ao merecedor. Ao mesmo tempo eu não tenho ideia de onde estou psicologicamente, o chão que piso nesse momento não passa da única matéria plana na minha vida.
Duzentas palavras pareciam o suficiente para o deixar. Mas eu voltei, regredi como em todas as coisas que faço. Presa no passado por vontade própria, medo e orgulho. Quantos personagens de best sellers passaram por isso? Milhares. Seus autores devem ter sofrido o mesmo. Todos superaram com um ótimo desfecho, mas eu sou um livro que nunca se finda.


Flávia Andrade

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