agosto 09, 2014

   O braço não se deu a torcer. Nem foi culpa minha, são instintos, nada se move se você manda. Bati o pé, não sabe o que diz! Ouça-me, não é bem assim. Retruquei o quanto você aturou, sabe outra coisa? Eu atirava em seu lugar, matava logo essa menina impertinente. Mas descobriu a paciência aos vinte anos e é outro alguém, o alguém que eu amei e por te amar, não quis te deixar ir embora me dando conselhos tão bons. Então eu teimei, disse que não os seguiria, quem é você para saber mais da minha vida que eu? Nem quis permanecer. Você estava sendo bom, mas eu contei que foi muito ruim comigo. Severo? Até que é verdade, de resto eu menti, teve boas intenções sim. Mas cadê o amor que sentia? Quer que eu deixe para outros? Não é justo.
De uns dias pra cá, entre a saudade e o cansaço de sentir sua falta, entre o apego e o desapego, entre sua rua e a rua de outro alguém, eu me questionei: "por que é que não vou ser feliz como ele disse?". Então você passou sorridente, e meu braço não se deu a torcer, eu fingi ser feliz também. E de lá pra cá, isso virou verdade, seu poder sobre mim vem até de longe e eu sorri sinceramente pelo resto dos dias em que te esquecer foi mero detalhe.

Flávia Andrade

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