setembro 29, 2014

Mata a saudade no sufoco, quando as imagens já não se formulam exatas na memória, cria cenas novas, algo melhor para um futuro distante. Perambula pela casa, o perfume lá fora de um desconhecido tem cheiro que rouba os sentidos da pessoa de dentro. Alguma voz repetindo na mente, misturada ao trânsito da avenida, é aquela coisa nostálgica de quando saíam juntos: o silêncio tímido e o mundo conversando por eles. Sente falta do que não quis ter, mas agora quer e se arrepende. Sente falta do som que odiava, mas que de longe tem melodia boa. Sente falta do exagero e do pouco, quase inexistente, de detalhes que não notou anos atrás. Sente falta de algo que lhe preenchia sem querer, de um quebra cabeças ao qual não deu atenção.
Mata a saudade nos caminhos em que passaram, anda tudo novamente e ri do que não achou engraçado de primeira, chora da despedida que não foi tão trágica na hora, percebe a falta que foi avisada que faria, vê no fim o que deveria ter sido seu no começo.

Flávia Andrade

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