outubro 15, 2014

Eu percebi, no meio de toda aquela gente dançando animadamente, que você seria o único a ver que eu queria levantar da cadeira e dançar também, mas não sabia. Eu percebi, entre tanta gente resolvida e independente, que você seria o único a vir dizer: eu te ensino. Na confusão de pensar tanta coisa sobre aquela hora, meio que sem querer, caiu a ficha de que você me veria tão pensativa e me tiraria daquele lugar. Entre o tumulto dentro do salão e o vazio dentro de mim eu vi que só você se adequava a tudo, aos dois: ao salão e a mim. Eu deixei meus pensamentos irem até você sem me esforçar, a saudade veio sem pedir autorização. Vi que eu precisava correr dali para algum lugar e só conhecia o caminho da sua casa, vi que precisava conversar com alguém e seu número seria o único a atender naquela hora da madrugada, vi que eu não tinha escapatória de todos os seus efeitos, vi que eu tinha tanta coisa para contar e só você teria paciência para ouvir, vi que eu queria chegar em algum lugar seguro e dizer o quanto custou para que eu percebesse todas essas coisas. Então, entre a sanidade momentânea e a loucura acumulada de tantos dias sem você, eu segui o caminho de sempre, o único que sabia de cor. Eu cheguei e disse: pode me ajudar a dançar, por favor?

Flávia Andrade

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