Meus olhos desacostumados — que por muito tempo não te veem, até riem da falta que sentiam meses atrás. Menos cabisbaixa, menos minuciosa nas lembranças, agora te ter em pensamento é só um borrão aleatório que esteve presente. Muitas pessoas foram deixadas para trás, foram consequência da falta de contato, dos silêncios semanais, das vidas tumultuadas, das novas preocupações. E, mesmo assim, sempre tem você que embora esteja lá no fundo da memória, inquieto e taciturno, será sempre um nome que ronda as histórias, oculto nos textos, implícito em qualquer música velha. Eu não o vejo mais e o tempo não quis parar para que eu visse, acasos estiveram exaustos de reencontros, então só fomos nos deixando para trás. Meus olhos agora veem tanta coisa mais bonita, cansaram-se de fitarem coisa vã e gente vazia.
— Flávia Andrade.
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