dezembro 24, 2014

É amor, é teimosia

   Dizem que amor não correspondido se cura com um novo amor, daqueles que surpreendem dois desprevenidos que nada esperam. Dizem que ressaca se cura no bar. Dizem que os erros servem para nos ensinar, que as mancadas são coisas da vida e nos darão uma luz mais para frente. Dizem provérbios, ditados, parafraseiam alguns autores conhecidos, sabem de tudo! Mas e se eu quiser ficar com tudo afundado como está? E se eu esperar que, de repente, tudo seja recíproco? E se minha dor virar alvo de sequência de comédias românticas na televisão? E se eu acumular algumas almofadas, algumas lágrimas, várias garrafas, e se eu não atender ligações de mais ninguém? Eu não quero que saibam tudo sobre mim, na verdade, nem que pensem que sabem qual rumo terá minha vida. Eu quero esses momentos de não saber de nada, de só deitar e esperar, recuperar energia para o próximo turbilhão de decepções e montanhas russas de emoções. Eu quero ficar aqui tendo minhas indecisões e esperando alguém que me salve em silêncio, esperando o único alguém que eu penso que pode me salvar, persistindo no erro até que eu me canse. Pois, sinto muito dizer, eu sou assim. Eu insisto enquanto posso.

— Flávia Andrade.

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