abril 04, 2015

Mensagem às Três da Manhã


O celular vibra. Uma notificação. Um pequeno texto dele.

     "Vem me visitar que eu te trago pra bagunça do meu quarto com cheiro de cigarros tragados e nem deixo que a bagunça da minha vida te tumultue. A gente se perde com portas e janelas fechadas sem saber quando o dia acaba ou começa, em cima do colchão largado no chão com nossas roupas. Eu largo um pouco (só um pouco) do meu clichê, te sirvo vinho em xícara e estico minhas pernas sobre as suas durante aquele filme francês que você quer ver há meses. Eu prometo não te contar o final e juro que não te faço assistir E o Vento Levou... outra vez. A gente faz um acordo, ninguém dorme. Provocaremos arrepios e faremos confissões antes que o sono venha. A casa é pequena e eu não tenho um violão para te dedicar qualquer música boba que você ouve, mas a gente fica por aqui. O espaço da varanda está tomado por uma mesa de sinuca e podemos jogar, eu deixo você ganhar uma partida ou outra e deixo de lado meu lado competitivo. Prometa também que entrará somente com os bons sentimentos e boas histórias, dessa vez não quero chorar na sua frente. Vem me visitar que a gente se finge de casal completo e feliz e disfarça todas as outras brigas, todas as decepções. Prometa, quando chegar, que não será a última visita e se for, prometa quando chegar, que será a melhor."

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