Perdoa o tanto de coisas que escrevo pra você por ano. Elas se misturam entre cartas e diários e desabafos e crônicas e contos e trechos e textos e muito de mim que ainda tem partes de você. Eu faço as contas e penso em parar, mas você sempre retorna com um jeito que me incomoda até que eu escreva. Você está sempre presente nas minhas frases, é um personagem ativo e desastroso, conflituoso, cheio de desconstruções e mudanças. Perdoa por escrever tanto, é minha escapatória quando não posso fugir para a sua casa, quando não posso me sentar ao seu lado e esvaziar a mente. Eu esvazio aqui, onde fiquei. Às vezes é só descontrole meu, mas por muitas vezes é vontade de que algo daqui, esses gritos de socorros e esses lamentos e as lembranças boas e as ruins e os choros silenciosos e tudo o mais, te alcance pra você vir me salvar, pra você voltar. Perdoa essa inocência toda que ainda persiste nos meus textos clichês, essa esperança toda que só aparece quando eu me calo e deixo transbordar no papel. Esse tanto de coisas é o que me resta de você. A saudade bate sempre, então dou um jeito de te encontrar outra vez.
Flávia Andrade
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