Os meus planos são de sair de casa, acender meus cigarros, apagá-los na grama. Fumar para o céu. Os meus planos são de tocar aquelas músicas, ouvir o que elas têm a me dizer. Roubaram meus planos melhores, sobraram esses que agem como cinzas no ar, por efeito de um vento que sopra. Para quando anoitecer, só planejei bater na porta de alguém, dizer que esse alguém é único para mim, permanecer só até às cinco da manhã. Enganar quem não me engana. Eu lembro que ainda tenho coisas a fazer no lugar que deixo para trás, mas há uma viagem longa que não pode esperar por mim. Eu preciso ir embora e meus planos são de sair de casa. Não volto amanhã, não volto segunda-feira, não volto pra ninguém. Quero estar distante, dizendo que não sei de nada, dependendo das emoções que me guiam para qualquer lugar bom de sofrer em silêncio. Eu posso mostrar cada ferida, cada coisa que dói em mim, mas ninguém pode levar embora e deixar restos. Não há quem guarde tempestade em potes, não há quem guarde minha dor em passados.
Flávia Andrade
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