julho 17, 2015

coisas-do-coração


    Entre a lógica e as coisas-do-coração, eu prefiro sentir. Sentir muito, ao extremo. Exagerar cada palavra que sai de mim para alcançar qualquer pessoa que saiba ou não compreender. Porque eu vou ao mais distante do que uma pessoa pode querer alcançar, com um coração três vezes maior que meu corpo. Porque eu tenho tanta coisa para dizer que minha voz pouco aguenta e não há tantas paredes para encher desses rabiscos gritantes de poesia sem rima. Porque toda vez que encontro aquele alguém, não é só metade de mim que se tumultua, é por inteiro. Nesse pequeno espaço para gente que sente mais do que vive, e vive sem pensar no quanto sente, há um círculo de pessoas dizendo para voltarmos atrás. Uma multidão avisando que nada vai dar certo sem equilíbrios lógicos. Um tanto de gente alertando que instinto e impulso são para pré-perdedores. Que não nos levará a lugar algum. Mas entre a lógica e as coisas-do-coração, eu prefiro sentir. Sentir que há uma chance enorme dos riscos não valerem a pena, e uma chance maior ainda, maior do que as coisas que não consigo mais guardar em mim, de que valha tanto a pena que eu não queira nada além.

Flávia Andrade

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