Digo que não é nada enquanto meus bolsos ficam cheios de textos não entregues, porque minha fala não tem revisão, meu sotaque não respeita vírgulas e minha agonia não me deixa terminar frase alguma. Digo que não é nada porque só de pensar em dizer já sinto todo o tumulto, e você não ficaria para escutar. Digo que não é nada porque também guardo choro e soluço, guardo grito e suspiro, guardo uma respiração profunda que vai significar todas aquelas coisas que você não poderá entender. Você nada diz sobre meus nadas, apenas ouve e dá passos para trás, só pensa em continuar seu dia sem questões nenhuma sobre o que não digo. Uma insistência, amor, cairia bem. Porque nada é passageiro, é uma mentira de nada que voa com o primeiro vento que entra pela nossa janela. Pergunte se tenho certeza, pergunte se falo sério, diga que vai ficar até eu dizer.
Flávia Andrade
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