julho 10, 2015

O que ficou


     Tem uma parte mínima aqui dentro, um pedacinho salvo, que ainda é o melhor de mim. Uma parte que você não levou no meio dos seus cabelos ou grudada nas suas roupas, que você não tomou com seu café, não atropelou com o carro e nem perdeu em alguma boate. Uma parte que ainda vive para o carnaval de fevereiro e, mesmo assim, talvez se junte ao clube dos esquecidos. Aquele pedacinho de razão que vai me levar a algum lugar, por mais que desconheça a direção. Entre todas as conversas longas sobre você, essa parte vai apontar que estou sã e salva, quase sem remendos. É mínima, porque se fosse por inteiro não teria graça, e vai me deixar livre para ser qualquer novo alguém que mude sempre.

Flávia Andrade

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