Pra eu me apaixonar de novo não leva muito tempo, já pra eu terminar um livro demora mais. Pra aprender a ser só, preciso sair menos, mas pra ser só, de verdade, tenho que viver na rua. Pra poupar decepções devo planejar festas menores, ainda que eu saiba, quase sem querer, que a vida é feita de grandes ações. Não paro de pensar. Pra ser quem eu quero ser: apenas arranquem minha cabeça. Pra ser quem eu sou: se afastem; pois estou sempre onde não devo e não me encaixo, então me escondo. Invento mais que escrevo e escrevo menos que desejo. Sou tanta contradição que, a essa altura, já discordo de tudo o que eu disse e falo pra mim: não é bem assim que funciona, essa é a direção errada. E me perco outra vez.
Flávia Andrade
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