As partes mais bonitas
eu guardo pra mim, e aqui coloco só o que me resta para mostrar a um mundo que
não confiava nas boas decisões que eu pudesse fazer. Eles me viram insistindo
no que nunca poderia dar certo, como os choros no ponto de ônibus depois das
dez da noite por não ter encontrado quem disse que me encontraria. Eles me
viram desistindo de mim mesma apenas para me adequar às vontades de um alguém
que nunca se interessou no que eu tive a oferecer. Eles quase não suportaram as
mudanças, porque a dor de não ser mais eu transbordava e espirrava algumas
mentiras neles. Mas, como se não fosse mais uma vida minha - vida errante, eu
comecei a me (re)encontrar. Deve ser essa coisa sobre se encantar por um
detalhe novo dos dias que finalmente parecem passar. Deve ser algo sobre se
apaixonar novamente. Deve ser algo sobre confiar no amanhã, valendo como dia 24
de dezembro, valendo como um dia qualquer de 2015, valendo como um recomeço meu
numa data propícia.
Flavia Andrade
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