De escritora à alcoólatra é um passo. O pequeno passo que você dá para sair da sala de estar, largando os papéis e as canetas no sofá, levando alguns trocados no bolso para gastar no boteco mais próximo. De escritora à louca é um olhar. Às vezes não é possível que te olhem com aquela licença poética requerida, apenas entendem todos os seus comentários devaneados como um surto qualquer de quem não tem muito auto-controle. Eu dei esse passo nos últimos dias, e andaram me olhando errado. Por fim, pareço alcoólatra e louca. Bebo e me encaram como se eu estivesse precisando ser presa em um quarto branco. Escrevo e me leem como se eu tivesse uma completa abstinência da vida real, sendo que a verdade é que a realidade não me chama tamanha atenção como os livros.
Flávia Andrade
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