Ele deitou no sofá e cantou os quatro discos inteiros daquela banda nacional. Cada música na sua voz acompanhando o som do rádio velho parecia muito melhor. Eu até quis pagar com a língua dizendo que a banda não era tão ruim assim. Fiquei deitada no chão da sala de estar, intercalando meu olhares entre seu corpo jogado no sofá e a pintura alaranjada do teto. Algumas das faixas dos discos pareciam com a nossa vida, mas eu não sabia se ele interpretava da mesma forma. Afinal, as músicas eram mais dele que de qualquer outra pessoa, e não havia como penetrar mais fundo em sua alma se não fosse com aquelas letras e sintonias de ritmos. Eu fui para sua casa para encontrá-lo e dizer a frase que estava guardando comigo há semanas, mas durante quatro discos inteiros eu não consegui dizer nada. Talvez as músicas estivessem falando mais por nós que qualquer diálogo possível.
agosto 04, 2016
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