agosto 04, 2016

    Os dias em que não escrevo são os mais vazios. Eu posso ir ao banco abrir uma conta, buscar a segunda via da minha carteira de identidade perdida, passar na casa da tia para um almoço e depois parar na esquina para tomar umas cervejas; de toda forma, estarei vagando por espaços vazios, ainda que exalando o cansaço de uma semana no tumulto. Só me completo quando me encontro, a sós comigo mesma, por dentro da minha pele — no mais fundo desse corpo que me habita. Nesses dias até ando pensando que nada vem sido tão bom que me fizesse escrever: estive errada. Para escrever basta fechar as portas e as janelas que dão para o mundo e abrir dentro de mim a transcendência da alma. Basta escrever o que não saberia dizer de nenhuma outra forma, se não fosse descobrindo meu próprio silêncio. Há sempre um texto novo para um papel de qualquer material que me espera.

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