setembro 13, 2013

Literavida

   Sou paradoxo educado por Camões, procrastinação consequente de Hamlet, sou da natureza, a criação, o inventar das palavras que Manoel de Barros ensinou. Sou personagens devaneados e embriagados de Clarice Lispector. Me rendo à abolição de caprichos e delicadezas, me rendo ao vinho, à malícia e às infimidades do velho safado Bukowski. Sou ex-estranha, sou toda Leminskiana. Sou a rima intrínseca que não se vê em Drummond. Aspiro à Hemingway. Sou pseudo poeta. A romancista que quis ser realista como Machado de Assis. Sou a Semana da Arte Moderna, sou museu literário. Ainda não sou Letras. Serei. Serei, na verdade, realmente tudo o que até aqui escrevi.
    Sinceramente sou clichê, sou toda forma de amor, sou piegas, sou toda a paixão que mata, mas não morre.

Flávia Andrade

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