Sou um porre contido prestes a subir na mesa do bar e cantarolar aquela canção dos desamores. A ponto de prometer (ao mundo todo) ficar sóbria por um ano. À beira de um tombo que funcione como uma ficha caindo para acordar para a vida. Sou um porre preso, atônito pelo autocontrole, que não me liberta para não causar estrago. Sou uma bebedeira sem líquido algum. Apenas uma inconsciência presente que vai à frente guiando o rumo que quero seguir. Um porre afeta o gosto na minha boca e eu ajo ainda com completa sobriedade, até que minha lucidez fingida e quase subvertida me corrompa, até que eu viva no intervalo entre o porre e a ressaca.
Flávia Andrade
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