Há um vazio nessa folha que deseja se
preencher, mas minhas mãos e vocabulário fogem. A metalinguagem é somente o que
me resta. Quero escrever sobre o amor, mas ele me angustia. Esqueça, há algo
mais profundo no fim de uma reticência...
Às vezes dói como o diabo pensar em tudo o
que poderia ter acontecido, mas por outras vezes ter em mente os “e se...” é
confortador. A verdade é que cada pormenor da vida tem dois lados, alguns são
paradoxo, outros são somente paralelos. Contudo sempre estaremos entre o céu e
o precipício, entre a escolha errante e a certeira decisiva. Nunca saberemos se
foi acaso ou destino, se ambos existem ou é somente invenção humana. E nesse
exato segundo eu me pergunto se estou do lado certo, amando o correto e me
dedicando ao merecedor. Ao mesmo tempo eu não tenho ideia de onde estou psicologicamente,
o chão que piso nesse momento não passa da única matéria plana na minha vida.
Duzentas palavras pareciam o suficiente para
deixa-lo. Mas eu voltei, regredi como em todas as coisas que faço. Presa no
passado por vontade própria, medo e orgulho. Quantos personagens de best
sellers passaram por isso¿ Milhares. Seus autores devem ter sofrido o mesmo.
Todos superaram com um ótimo desfecho. Mas eu sou um livro que nunca se finda.
E eu não sei superar.
Flávia Andrade
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita, por ler e comentar. Retorne sempre que sentir vontade.