Seu cotidiano é desconstruir paradigmas: desafinar a sintonia. Ela não sai no sol do meio-dia, mas nunca está em casa meia-noite. Por fora, parece vazia. Por dentro, sente os gestos mais simples. É de corpo e alma a dúvida, pois quem se entrega para as certezas se afunda em ignorância. Se diz emocional demais para a vida, mas racional demais para a poesia. Se equilibra no meio-fio: para que nem os carros e nem as pessoas a atropelem. Que seja arte quando suas mãos estiverem pintadas de tinta, cinema, literatura ou música. Que seja arte quando sua boca soltar os pensamentos mais complexos ou triviais. Que seja arte quando ninguém puder pará-la. Mas que não queiram que ela refaça, repita ou torne padrão. É improviso, descontração: uma dança espontânea e sem ritmo no salão clássico dos ensaiados. Ela é a melhor parte do mundo, boa demais para qualquer clichê.
Flavia Andrade
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