agosto 22, 2014

Meu bem, nós somos tantas canções e palavras oblíquas. Lembra aquela que diz "nós dois temos os mesmos defeitos", pois então, você aponta os meus e justifica os seus. "Eu levo a sério, mas você..." desgraça, meu bem, você desgraça toda a graça de gostar de alguém, gostar de você. Desculpa se estou sendo repetitiva, sabe algo que repete mais ainda? Nossa história. Nem deve saber, pois eu que me sofro de matar por aqui, pois se disser que me mato de sofrer você reclama da melancolia. Não posso nem ser triste, pois você é infeliz com o próprio azedume e se recusa a ver outrém no mesmo entulho de ruindades.
Mas eu estive aqui, meu bem, como aquela menina do Renato Russo, "era quase escravidão, mas ela me tratava como rei". Juntei cada desaforo e voltei todas as vezes, voltei pra me reconhecer, voltei pra te rever. Tantas voltas que você viu, mas não olhou para as idas. Disfarçou, fingiu, mentiu para nós. Tudo bem para você, certo? Afinal "nós" nunca existiu. Só uns momentinhos em cantinhos da sua vida. Nunca foi de verdade, nunca te roubou da realidade, foi meio termo, morno, aquilo que fica uns minutos e depois não faz falta. 
Mas, veja bem, sinto lhe informar que na minha vida isso, esse nós inexistente, preencheu todo o espaço que estava vazio naquele tempo, não foi uma visitinha, acampou, fez morada, construiu um prédio. Agora tá aqui, não consigo derrubar e destruir. 
Mas sobre o que eu estava dizendo? As canções, tenho mais uma para você, essa é segredo, não escutarei tão alto, não cantarei ao seu lado, essa é pra te esquecer.

Flávia Andrade

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