dezembro 16, 2014

Te des(espero)

   Não tenho certeza se há um espaço para mim deste lado, talvez você tenha se esquecido de deixar indícios de que ainda posso visitar. Não sei se a sua vida continuou e mudou muito, ou só a minha que permaneceu do mesmo jeito – e um pouco mais parada. Só não quero acreditar que o contraste é o mesmo: nós juntos, mas com mentes e corações distantes. Só não sei me concentrar nos passos se não ouço você dizer que posso voltar. Só não sei ficar tão muda, tão sumida, se a todo instante tento planejar um jeito de errar o meu caminho e acertar o seu. Não é tão certo que ainda tenha algo a me oferecer, ou algo que me possa negar, só não quero fingir mais uma vez que tanto faz. Não tenho certeza se ainda espera mais uma palavra, mais um texto exagerado, mais uma música cabível, mas eu estou aqui com todas essas coisas aglomeradas repetindo em mim, a cada minuto, para que de alguma forma te alcance. Para que, se caso você errar o caminho também, ouça a música aqui dentro, uma quase desesperança.
— Flávia Andrade



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