Quando eu dizia "eu não sei", eu sabia. Eu tinha todas as respostas boas que não escapavam com seus olhares ruins. Não havia carinho o bastante para acomodar o que estava para ser dito. Eu ficava muda, pensando em fugir, porque ali não estava me fazendo bem nenhum. Mas era difícil aceitar que logo você, que tanto me prometeu fazer bem, me cuidar, logo você que chegou cheio de sorrisos e esquentou minha mão com as suas enquanto comentava do tempo chuvoso, estava, naquelas horas sem fim, daquele jeito que me fazia conter lágrimas medrosas. Quando eu dizia que não tinha nada planejado para nós, eu estava apenas desistindo dos planos. E quando você me forçava a elaborar algo novo, eu jurava para mim que conseguiria sair antes que a pressão atingisse o limite. E quando eu te via agindo com todo aquele ar de superioridade e incompreensão, eu me arrependia de ser eu mesma, de ter chegado até ali. Quando eu parei de dizer nada, sinto muito, eu cansei. Eu não mentiria mais, e eu não iria a lugar nenhum ao seu lado. Eu parei de acreditar.
Flávia Andrade
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