outubro 26, 2013

Outra metalinguagem

   Sinto falta de quem eu era anos atrás. Talvez porque não houvessem tantos "talvez" em meu vocabulário quanto agora. Meus textos eram somente clichês e dengos romancistas, minha apaixonada inocência perpetuava por cada palavra e eu habitava um abismo de emoções intrínsecas ao que me tocava.  Agora sou somente o rancor da vida que paradoxalmente quer viver de verdade.
   Há pessoas que me inspiram no decorrer dessa literavida e assim componho minhas obras sem sabor. Os móveis também têm sua responsabilidade nos textos que se escrevem, eles têm lembranças. Outra parcela de culpa está nos olhares dos estranhos nas ruas, malditos que me instigam ao desejo de ter qualquer poema que se encaixe perfeitamente naquele brilho. Então eu tento compor recordando do que minhas retinas viram.
    Sou um museu literário, me estagno de lembranças que se transbordam nas noites de solidão. Mas ainda me amedronto com o que minhas mão manuseiam a escrever, eu tenho medo do desconhecido, ele faz meu coração acelerar, mas continuo indo ao seu encontro, preciso desvendar. Há uma loucura inerte nisso tudo, mas no fim há sentido. Somente eu posso enxergar?

Flávia Andrade

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